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domingo, 7 de abril de 2013

MONTEIRO LOBATO


Obras Adultas
  • Urupês;
  • Cidades mortas;
  • Negrinha;
  • Idéias de Jeca Tatu;
  • A onda verde e O presidente negro;
  • Na antevéspera;
  • O escândalo do petróleo e Ferro.
Obras Infantis
  • Reinações de Narizinho;
  • Viagem ao céu e O Saci;
  • Caçadas de Pedrinho e Hans Staden;
  • História do mundo para as crianças;
  • Memórias da Emília e Peter Pan;
  • Emília no país da gramática e Aritmética da Emília;
  • D. Quixote das crianças;
  • O poço do Visconde;
  • Histórias de tia Nastácia;
  • O Picapau Amarelo e A reforma da natureza;
  • O Minotauro;
  • Os doze trabalhos de Hércules
Resumos:
  • Urupês
Este livro de contos, considerado por muitos a obra-prima de Monteiro Lobato, tornou-se um clássico da literatura brasileira. É um fenômeno sem precedentes que provoca um terremoto literário, outro sociológico e outro político. A primeira edição, lançada em 1918, foi toda ilustrada pelo próprio Lobato. Junto com Saci, constitui a primeira experiência e também o primeiro êxito editorial de Lobato, financiada com recursos próprios. A terceira edição, em 1919, esgotou-se rapidamente, devido a uma longa referência ao Jeca Tatu, personagem central do livro, feita por Rui Barbosa, o que ensejou uma quarta edição. Lobato brinca com o idioma, adota o vocabulário doméstico do interior de São Paulo, cria palavras novas – como, por exemplo, “matracolejando gargalhadas” – muitas das quais estão hoje nos dicionários. São vários contos, retratando aspectos da realidade brasileira nos quais denuncia, numa linguagem vigorosa, o drama da exclusão social, que ainda persiste no Brasil pós-Lobato. “Velha Praga” é uma reportagem sobre os grandes incêndios – as queimadas – que produzem estragos na lavoura e na economia do País comparáveis aos de uma grande guerra. Buscando culpa, refere-se ao nosso caboclo como “funesto parasita da terra… inadaptável à civilização”. Em Urupês, ele contrapõe aos heróis da literatura indigenista o caboclo, o pobre Jeca, indiferente ao desenvolvimento do País. O livro provocou muita polêmica. Lobato mais tarde reconheceu que o retrato do caboclo era injusto, que a culpa não era do Jeca, mas sim daqueles responsáveis pela sua miséria e abandono.
  • Idéias de Jeca Tatu
No prefácio à primeira edição da Revista do Brasil, em 1919, provavelmente redigido pelo próprio Lobato, afirma-se que “uma idéia central unifica a maioria destes artigos” …. Essa idéia é um grito de guerra em prol da nossa personalidade. Contém o artigo “Paranóia ou mistificação?”, uma crítica aos modernistas, diretamente a Anita Malfatti, que provocou polêmica e a ira dos amigos da pintora.
Ele não admitia que aqui se copiasse o que se produzia na Europa. Queria que o “vigoroso talento” de Anita produzisse coisas mais nossas. Anota o editor que nas numerosas páginas deste volume a terra aparece em suas ominadas expressões – o interior, a roça, a gente da roça, os costumes e comidas da roça. … Em Idéias de Jeca Tatu, “Monteiro Lobato aparece em mangas de camisa, integralmente ele próprio no pensamento e no modo de expressá-lo – vivo, alegre, brincalhão e com a ironia às vezes levada até à crueldade”.
  • Reinações de Narizinho
O livro-mãe, a locomotiva do comboio, o puxa-fila. A saga do Picapau Amarelo começa. Aparecem Narizinho, Pedrinho, Emília, o Visconde, Rabicó, Quindim, Nastácia, o Burro Falante… e o milagre do estilo de Monteiro Lobato vai tramando uma série infinita de cenas e aventuras, em que a realidade e a fantasia, tratadas pela sua poderosa imaginação, misturam-se de maneira inextrincável – tal qual se dá normalmente na cabeça das crianças. O encanto que as crianças encontram nestas histórias vem sobretudo disso: são como se elas próprias as estivessem compondo em sua imaginativa, e na língua que todos falamos nessa terra – não em nenhuma língua artificial e artificiosa, mais produto da “literatura” do que da espontaneidade natural (1931).
  • Caçadas de Pedrinho e Hans Staden
Pedrinho organiza uma caçada de onça e sai vitorioso, como também sai vitorioso do ataque das onças e outros animais ao sítio de dona Benta. Depois encontra um rinoceronte, fugido de um circo do Rio de Janeiro, que se refugiara naquelas matas – um animal pacatíssimo do qual Emília tomou conta, depois de batizá-lo de Quindim. Completa o volume a narrativa feita por dona Benta das célebres aventuras de Hans Staden. Esse aventureiro alemão veio ao Brasil em 1559 e esteve nove meses prisioneiro dos tupinambás, assistindo a cenas de antropofagia e à espera de ser devorado de um momento para outro. Mas se salvou e voltou para a Alemanha. Lá publicou o seu livro: o primeiro que aparece com cenário brasileiro e um dos mais pungentes e vivos de todas as literaturas (1933).

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