René Descartes estudou no colégio de jesuítas de La Fleche e licenciou-se em direito em Poitiers, no ano de 1616. Ao alistar-se, na Holanda, no exército de Maurício de Nassau, conheceu o médico holandês Isaac Beeckman, que o estimulou a realizar pesquisas nos campos da física e da matemática.
A seguir, Descartes viajou pela Dinamarca e Alemanha, onde se incorporou ao exército de Maximiliano da Baviera, em 1619. Fez viagens à Holanda, Europa central, Itália e França, até instalar-se definitivamente na Holanda (1629), de onde partiu para a Suécia, em 1649, a convite da rainha Cristina.
De acordo com o método proposto por Descartes, se desejarmos estender a certeza matemática ao conjunto do saber, devemos seguir quatro regras de utilização da intuição e da dedução:
1. Regra da evidência: devemos evitar todas as prevenções (conjuntos de preconceitos) e precipitação, para acolher apenas idéias claras e distintas.
2. Regra da análise: devemos dividir nossos problemas no maior número possível de partes, para melhor resolvê-los.
3. Regra da síntese: devemos distinguir entre as verdades mais simples, independentes e absolutas, das verdades mais complexas, condicionadas e relativas. (Esta regra pressupõe a ordenação das partes segundo o critério da relação constante entre elas, de modo que possam ser comparadas com base na mesma unidade de medida.)
4. Regra da enumeração: devemos selecionar exclusivamente o que for necessário e suficiente para a solução de um problema, evitando as omissões.
O ponto de partida de Descartes é uma crítica radical a todo o saber humano, por meio do exercício voluntário, metódico e provisório da dúvida, pela qual suspendemos o juízo acerca de tudo que desperta em nós a menor suspeita de incerteza.
Levando esse exercício às últimas conseqüências, a dúvida estende-se à realidade das coisas sensíveis, e aos princípios da ciência universal.
Essa evidência foi expressa pela forma Je pense, donc je suis (Eu penso, logo existo) ou, em latim, Ego cogito, ergo sum sive existo. A proposição equivale à afirmação "Eu sou uma substância pensante". Representa, não só o primado idealista do pensamento sobre a realidade e o fundamento da distinção entre a alma e o corpo, mas também a afirmação irredutível da intuição clara e distinta, como faculdade da razão.
Para Descartes, uma idéia não é um arquétipo subsistente no intelecto divino, mas uma forma de um pensamento, pela qual o próprio pensamento tem consciência de si mesmo, de maneira imediata. Quanto ao cogito, ele é verdadeiro somente em cada um dos instantes em que é afirmado, mas a conservação e continuidade do sujeito pensante é garantida pela criação contínua ou ato incessante de Deus.
Para Descartes, a verdadeira generosidade, que dá ao homem a verdadeira estimação de si mesmo, consiste, em parte, no seu conhecimento de que pode dispor livremente de sua vontade, e, por outro lado, na resolução firme e constante de usar essa liberdade para agir da melhor maneira possível, de acordo com a razão.
No campo da óptica, por exemplo, seus trabalhos são tão importantes quanto originais, especialmente no que se refere às leis da reflexão e da refração da luz. No campo da geometria, sua obra representa uma das mais notáveis e engenhosas concepções do espírito humano.
A utilização de seu método para a solução dos problemas relacionados com o cálculo infinitesimal e sua aplicação à mecânica foram de extraordinárias conseqüências para o progresso da física teórica no decorrer dos séculos 17 e 18.
Representações cartesianas de fenômenos tão vulgares como a variação da temperatura de um doente ou a flutuação dos fenômenos meteorológicos, que permitem avaliar, por um simples exame das curvas representadas num sistema de eixos coordenados, a marcha de uma transformação, e prever com certa precisão seu desenvolvimento, atestam a extraordinária difusão do método de Descartes e sua importância para o progresso dos conhecimentos humanos.
A seguir, Descartes viajou pela Dinamarca e Alemanha, onde se incorporou ao exército de Maximiliano da Baviera, em 1619. Fez viagens à Holanda, Europa central, Itália e França, até instalar-se definitivamente na Holanda (1629), de onde partiu para a Suécia, em 1649, a convite da rainha Cristina.
Método
Tomando como ponto de partida a universalidade da razão, da qual todos os homens participam, Descartes identifica no intelecto, em sua pureza, duas faculdades essenciais: a intuição, pela qual podemos ter imediatamente presentes no espírito idéias claras, perfeitamente determinadas - e distintas, simples e irredutíveis -, e a dedução, pela qual podemos descobrir conjuntos de verdades ordenadas racionalmente.De acordo com o método proposto por Descartes, se desejarmos estender a certeza matemática ao conjunto do saber, devemos seguir quatro regras de utilização da intuição e da dedução:
1. Regra da evidência: devemos evitar todas as prevenções (conjuntos de preconceitos) e precipitação, para acolher apenas idéias claras e distintas.
2. Regra da análise: devemos dividir nossos problemas no maior número possível de partes, para melhor resolvê-los.
3. Regra da síntese: devemos distinguir entre as verdades mais simples, independentes e absolutas, das verdades mais complexas, condicionadas e relativas. (Esta regra pressupõe a ordenação das partes segundo o critério da relação constante entre elas, de modo que possam ser comparadas com base na mesma unidade de medida.)
4. Regra da enumeração: devemos selecionar exclusivamente o que for necessário e suficiente para a solução de um problema, evitando as omissões.
O ponto de partida de Descartes é uma crítica radical a todo o saber humano, por meio do exercício voluntário, metódico e provisório da dúvida, pela qual suspendemos o juízo acerca de tudo que desperta em nós a menor suspeita de incerteza.
Levando esse exercício às últimas conseqüências, a dúvida estende-se à realidade das coisas sensíveis, e aos princípios da ciência universal.
"Penso, logo existo"
O exercício da dúvida detém-se, entretanto, na existência do sujeito pensante, definido como substância imaterial, e necessário por auto-evidência, porque pressuposto pelo próprio ato de duvidar.Essa evidência foi expressa pela forma Je pense, donc je suis (Eu penso, logo existo) ou, em latim, Ego cogito, ergo sum sive existo. A proposição equivale à afirmação "Eu sou uma substância pensante". Representa, não só o primado idealista do pensamento sobre a realidade e o fundamento da distinção entre a alma e o corpo, mas também a afirmação irredutível da intuição clara e distinta, como faculdade da razão.
Para Descartes, uma idéia não é um arquétipo subsistente no intelecto divino, mas uma forma de um pensamento, pela qual o próprio pensamento tem consciência de si mesmo, de maneira imediata. Quanto ao cogito, ele é verdadeiro somente em cada um dos instantes em que é afirmado, mas a conservação e continuidade do sujeito pensante é garantida pela criação contínua ou ato incessante de Deus.
Vencer a nós mesmos
Descartes defendia o conformismo social, a moderação e a tradição política. Aconselhava um modo de ser resoluto nas ações, pois a inconstância, derivada da instabilidade das opiniões, provoca a intranqüilidade da alma, e afirmava que devemos procurar vencer mais a nós mesmos e aos próprios pensamentos, que às circunstâncias ou à ordem do mundo.Para Descartes, a verdadeira generosidade, que dá ao homem a verdadeira estimação de si mesmo, consiste, em parte, no seu conhecimento de que pode dispor livremente de sua vontade, e, por outro lado, na resolução firme e constante de usar essa liberdade para agir da melhor maneira possível, de acordo com a razão.
Um método para compreender a realidade
Descartes procurou mostrar a fecundidade de suas idéias, aplicando-as aos diversos campos da ciência. Ele concebia o universo como um mecanismo gigantesco e os organismos vivos como autônomos complexos.No campo da óptica, por exemplo, seus trabalhos são tão importantes quanto originais, especialmente no que se refere às leis da reflexão e da refração da luz. No campo da geometria, sua obra representa uma das mais notáveis e engenhosas concepções do espírito humano.
A utilização de seu método para a solução dos problemas relacionados com o cálculo infinitesimal e sua aplicação à mecânica foram de extraordinárias conseqüências para o progresso da física teórica no decorrer dos séculos 17 e 18.
Representações cartesianas de fenômenos tão vulgares como a variação da temperatura de um doente ou a flutuação dos fenômenos meteorológicos, que permitem avaliar, por um simples exame das curvas representadas num sistema de eixos coordenados, a marcha de uma transformação, e prever com certa precisão seu desenvolvimento, atestam a extraordinária difusão do método de Descartes e sua importância para o progresso dos conhecimentos humanos.
Enciclopédia Mirador Internacional
Nenhum comentário:
Postar um comentário