Quero ainda poder contemplar as matas.
Limpas, sem resíduos, garrafas ou latas.
Banhar-me em cachoeiras
Muito embora chorem em cascatas,
Em preces, para o homem parar. Estacionar.
Sim – O Homem!
Este ser chamado de humano
Que vem pisando, sapateando
Em seu próprio gramado
Onde VIDA é o seu significado
A VIDA que recebemos da natureza,
Que se desfaz agora
Numa escala aterrorizante
Sujeita à ganância
Desse ser pensante.
Haverá um preço
Pelo nosso consumismo insustentável
Seu valor inestimável
Distribuído em parcelas catastróficas
Pelas alterações climáticas,
Desmoronamentos de terras,
Ah! Pobre gente, que fez seus ninhos nas serras.
É a retenção de calor na superfície do planeta
Alterando o regime das chuvas e secas
Afetando as plantações e florestas.
E, a desertificação será o futuro que nos resta.
É o tão temido efeito estufa,
Enquanto estufamos nosso desprezo
Por tanta beleza,
Poluindo nossos mananciais
Derrubando arvores, consumindo madeira
Ou colocando gado, com seus gases,
Em áreas preservadas.
Tristeza.
Vamos então fugir do ambiente!
Aonde vamos?
Para os oceanos?
Não será necessário minha gente!
Ele virá até nós,
Com o degelo que cobrirá ilhas,
Chegará destruindo e arrastando
Nossas casas, nosso descaso,
Nossas maravilhas.
Que triste legado,
Deixaremos aos nossos filhos e filhas.
Nosso coração distraído e gelado será então
Nossa própria armadilha.
Lourdinha Vilela
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